terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Maiêutica- instalação e performance- Mercado Novo-BH- Kaza Vazia 7


“Maiêutica: Gerar é escura/ lenta forma in/ forme// gerar é força silenciosa/ firme/ gerar é trabalho opaco:// só o nascimento grita”.  Orides Fontela





Sonho Azul

Que tal o artista brincar de ser humano, e a arte de ser vida?
A arte deveria emprestar um de seus livros para a vida de uma pessoa, quem sabe ela reencontraria uma outra pessoa? E essas pessoas pudessem se abraçar do jeito que a gente acredita e abraça a Kaza Vazia? Despojados do espírito que é filho e pai.
Estão todos tão cansados, mudemos de papel:
-Essa casa está cheia de goteira menina, o quê que você está fazendo aqui?
Porque lá fora, pessoas gordas e magras demais é mais um sinal pra minha tristeza...
E esses dias tive a sensação que nasci para descansar. (Não duvide da vida nisso) E quis dormir mais e não dormi. Trabalhei no espaço da Kaza Vazia, escrevi, fiz frottage dos vidros daqui de casa. Vi tanta coisa...
Escrever é como dançar... O que o artista quer é o que o outro quer, é ter uma sensação diferente.
Quem me falou do amor assim?
E ver ainda tantos nenéns no chão da goteira do Mercado Novo... Mas coitado; um deles passou distraído pelo corredor, pisou no neném e nem viu...
Ai que me dói a gastrite ouvir falar de pessoas assim:
Kaza Vazia – Galeria de Arte Itinerante.
Nada pára quieto, tudo tem de ser abandonado, esquecido como foi a vida de muitos. Desprendido a amores, tempos e a espaços. Então eu vou ser-lhes fiel com estas mesmas palavras: Kaza Vazia – Galeria de Arte Itinerante. Existe resposta mais bonita para um coração?...

Raíssa Machado.
Sobre a performance com o neném de barro, da Kazeira Tatiana Cavinato”.
Texto publicado no blog Os passos de Alice- O Vazio


“[Atenção, há tensão: Busquem os seus nortes
façam seus arranjos, capas de super-heróis,
vistam-se de parangolés, coloquem asas de anjos.
Enquanto o gelo não derrete e se apague a luz da lua
atravessem a seco esse mar vermelho
abram os quarda-chuvas, calcem as mãos com luvas
coloquem os bichos na arca, num cubo branco ou na rua...
A última imagem que vi foi a de um ser embrionário em meio aquoso. Andante cavaleiro-errante, montado num cavalinho, aliás, cavalo marinho.
Erguia a placa e dizia um sermão...]
(trechos de "da água pro vinho e vice-versa" – Marconi Marques)



Tati, achei o trabalho do feto no chão muito tocante. A integração da obra com o espaço causou uma enorme surpresa. Quase pisei no seu trabalho, a princípio, imperceptível até que a Lu me alertou: – Cuidado com a obra! Eu achei que estava pra pisar num coco quando vi um feto mais preservado e entendi do que se tratava. Nós comentamos muito sobre seu trabalho e foi muito legal a relação da obra com as gotas que já existiam ali. Pena não ter visto a performance”.
Alexandre Braga pelo yahoo grupos

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