quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011






“Em seu clássico 'La condition postmoderne', Jean François Lyotard nos lembrava que o saber científico não é todo saber. No início da noite do século XX ele remar­cou a existência do ' saber narrativo', repositório dos costumes, da identidade e da organização das culturas. Com valor evidente em sociedades que rotulamos de primitivas, este saber narrativo foi quase um motivo de vergonha para a cultura ocidental que tanto se esforçou para travesti-lo com uma roupagem racionalista que simplesmente não lhe serve.
Um pensamento que parece ganhar momento em nossos dias considera que, assim como a pesquisa básica em campos como a física ou biologia é o que alimenta as tecnologias, endereçadas ao mundo das coisas, a Arte constitui o campo de expe­rimentação do saber narrativo é nela que valores e novas formas de se pensar as relações humanas fazem sua primeira entrada em nosso ambiente social.
O estranhamento que experimentamos diante dos trabalhos de Tatiana Cavinato, tem este sabor de se arriscar para além das fronteiras do conhecido. Nosso espírito 'testa', experimenta esta confusão entre papeis masculino/feminino, humano/ani­mal ou moral/imoral e vai na verdade muito além daquilo que podemos identificar e nomear.
O simples 'representar' não é nada. É a sua forma de pintar, trabalhar as cama­das de tinta, compor, exibir, misturar refinamento e precariedade que desnorteiam nossa percepção e acoplam novos significados, para os quais, a única maneira de atingi-los é esta: a Arte’’.

«Wagner Lungov

2 comentários:

  1. gostaria de convida-la a participar do portal de arte brasileira, seu trabalho é muito bom. visitenos www.brazilianarte.com.br

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